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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Mais que Neta, Sua fã!


“Naquela mesa ele sentava sempre, e me dizia sempre o que é viver melhor. Naquela mesa ele contava estórias e, hoje, na memória, eu guardo e sei de cor. Naquela mesa ele juntava gente e contava contente o que fez de manhã; e os seus olhos era tanto brilho, que eu, mais que sua neta, eu fiquei sua fã!”
Falar de vovô, é falar de amor de pai, amor de filho, de gratidão, de cumplicidade, de exemplo e de espelho; falar de broncas, de gestos, de memórias, de puxões de orelha, de gargalhadas, de uma vida inteira; falar com o coração, falar com a alma e com o simples sorriso dele que eu carrego comigo. Letras de músicas, de poemas, de cantigas e de histórias – os nossos pais são inspiração para tudo nesse mundo. Porém Seu Joaquim, sem dúvida nenhuma, é meu ídolo!Quando nascemos, não conseguimos distinguir nada; ainda não temos a noção do que logo adiante está preparado e pronto para nós. E a partir daí, precisa-se de muito pouco para começarmos a perceber que aquela mão grande e confortável é e será a nossa fortaleza. É a mão que estará ali, pronta para ajudar e acudir a gente, sempre que precisarmos. Os nossos avós... O meu vô foi o alicerce inicial necessário para que pudesse, de fato, nascer... Foi o presente de Deus na minha vida, e foi o que de melhor poderia ter acontecido; uma das maiores provas de Seu amor por mim. Meu Avô é meu exemplo!É impossível não lembrar da lágrima presa aos olhos, quando ele me deixou pela primeira vez no Pingo de Gente (escola em que estudei quando criança) chorando. É impossível não notar a força que ele sempre me passou, mesmo quando sabia que não estava nada bem. É impossível não agradecer o abraço forte, apertado, o aconchego, o carinho sem jeito, o sorriso embargado, o gesto desengonçado. É impossível não agradecer o grito, o entusiasmo, a companhia nas competições de piadas, ou na construção de brinquedos feitos com madeira. É impossível não se referir à confiança de todas as horas, dos passeios aos domingos, das reuniões de família quando ele pedia silêncio, com a voz forte e grossa, para que pudéssemos fazer a oração. O despertador dos domingos de missa, o super-herói dos nossos melhores filmes, o galã da novela das oito. Meu vô é aquilo que eu sempre quis ser!
Me sentia tão orgulhosa quando chegava na escolinha com o bonequinho de pau que o vovô fazia, e ouvia: que brinquedo legal! Estufava o peito e dizia: meu Avô quem fez! Então o tempo vai passando, as coisas vão mudando, e continuamos amando cada vez mais as pessoas mesmo aquelas que já se foram. A educação que ele me deu, a palmada bem dada, a vontade de me fazer crescer para poder me entregar ao mundo. A confiança de ter confessado alguns segredos quando vovó viajava para São Paulo e ele ficava lamentando até que ela voltasse! (como ele a amava!)! Mas hoje sei que ele é meu anjo da guarda! Mas de tanto amá-lo talvez eu hoje seja capaz de chamá-lo de pai! Meu Paizão, Meu Avô... Meu Herói!'Pai, Eu não faço questão de ser tudo. Só não quero e não vou ficar mudo para falar de amor para você! Pai, eu cresci e não houve outro jeito; queria só recostar no teu peito, Para pedir para você ir lá em casa... Pai, você foi meu herói, meu bandido; hoje é mais, muito mais que um amigo. Nem você nem ninguém está sozinho. Você faz parte desse meu caminho, que hoje eu sigo em paz!' Meu avô sempre será o melhor do mundo!
Saudades Eternas... do Vovô Quelé!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Amarrando as pontas da vida




Desde criança, minha mãe sempre nos ensinou a "amarrar as pontas" do nosso serviço. Isso significava que, ao terminar de lavar o banheiro, por exemplo, o sabão, balde, bucha e tudo o mais que tivéssemos usado na tarefa, deveriam voltar para o lugar que pertencia, isto é, a área de serviço. Todas as vezes que deixávamos os utensílios esparramados, lá vinha minha mãe gritando: "menino! Vem amarrar as pontas do seu serviço!"

Esses dias, essa expressão não sai da minha cabeça. Estou decidida a amarrar as pontas da vida. Tem trabalhos em suspenso, tem ideias não concluídas, tem relacionamentos embaçados, tem vontades não cumpridas. E está na hora de pôr as coisas no lugar.


Não só porque nunca se sabe quando a vida dará uma guinada de 180º, mas também para dar espaço para que novas oportunidades cheguem. Sem ter as barreiras do inacabado me cercando, posso ter a flexibilidade e a mobilidade do talvez e do pode ser. E eu gosto dessas cartas.

Estou amarrando as pontas da minha vida pra poder caminhar pra frente em passos mais largos. Encontrar respostas e decidir o que, afinal, quero fazer daqui pra frente. Saber qual é o próximo passo é sempre um mistério. Mas, se eu canto "o vento sopra, só ele sabe para aonde vai. Quero estar no vento e ser conduzido pela Sua vontade", não posso estar presa a detalhes de uma limpeza concluída, mas não reorganizada.

Estou sonhando com uma nova caderneta, com folhas limpas, páginas em branco, tela escovada, um recomeço. Estou sonhando com uma nova década que se aproxima, com as realizações prometidas, com os desafios que se descortinam e com as possibilidades de ser. E para isto, neste exato momento, estou amarrando as pontas da vida.

E se entre os baldes, escovas, sabões e buchas que detenho ao meu redor, você tem parte, te estendo a mão e convido a me ajudar a limpar meu ambiente que, na sequência, te ajudo a limpar o seu. E vamos abrir as portas de uma vida organizada a um futuro incerto, mas que será precioso.