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sábado, 26 de janeiro de 2013

Pra onde foi a coragem do meu coração?

Li semana passada algo que dizia assim: "quem não tem aonde ir precisa descobrir a graça de ficar". E, que triste, eu perdi a graça! Perdi a graça de viver assim, somente por viver. É triste uma vida que só é feliz na sexta-feira ou no feriado. É coisa muito triste fazer de conta que se está vivo ou se é feliz. Passo a vida apenas querendo dormir e acordar numa vida maravilhosa. O que era raro ficou comum. Como um dia depois do outro. Tenho nem mais ânimo pra retirar os sonhos antigos da gaveta. Parece que eles mofaram. Tento fazer escolhas melhores, mas acabo caindo no mesmo abismo. Cada escolha é um dilema. Até tento racionalizar as coisas, mas eu sempre fui muito, toda coração, e me acabo toda quando algo em que boto alma não dá certo. Sou teimosa. Tô precisada que só de melhoria, de carinho, e as circunstâncias não ajudam, e aí é o fim do mundo mesmo, não tem jeito. Perdi as contas de quantas vezes meu mundo já acabou! Precisando me dar folga. Corpo cansado, mente cansada. Não tenho tido tempo nem de sentir saudade. Sinto imensa saudade do tempo em que eu tinha tempo... Ando cansada de estar cansada! Sabe aquela sensação de que não vai dar pra fazer tudo no mesmo dia nem que ele dure um ano? A sensação é que daqui onde estou já não dá pra voltar. Estou por um fio. Mas sempre há um pouco mais. A vida nunca nos deixa em paz, ela sempre pede um pouco mais. Por pior ou mais estranho que pareça, dizem que é pro nosso bem. E ela também sempre promete um pouco mais, mas já tô cansada também de esperar por esse novo pedaço de vida que nunca chega. A gente cansa.

1 comentários:

Rafael Vale disse...

Posso ser sincero? Passei mais de meia hora procurando coisas que odiava em seus textos, só para começar fazendo intriga, te deixar incomodada com meu jeito arrogante de, inesperadamente, vir aqui te criticar. E, cá entre nós, achei. Achei um ódio imenso nessa sua fluidez, nesse seu humor que não é feito de riso mas da quebra de expectativa. Li esse textomais de cinco vezes e em cada uma delas encontrei um pedaço cômicamente irônico de mim. E admito que odeio mais ainda essa minha vontade de ser assim, parecido com você.

Nesse exato momento, depois de revirar esse site de cabeça para baixo, de rir sozinha dos seus finais e dos meus finais parecidos ou totalmente opostos com os de seus personagens, pra mim, ser escritor é ser cotidiano. Cotidiano este que você me fez enxergar. Sabe quando lhe tiram a venda dos olhos e até a poeira que existe em cima da sua televisão torna-se linda? Então, eu estou quase nesse patamar.

Desconheço sua formação, e isso também pouco me importa. O que me importa é que, depois de ler descontroladamente suas crônicas, eu me decidi: 'Quero ser que nem o cotidiano'. Quero aprender a retirar a essência do banal, assim como você consegue. Não estou me bandeando para o lado das tietes, mas é que admiro isso, essa naturalidade em escrever, e pretendo, em um futuro próximo conseguir tamanho domínio sobre as indomáveis palavras (ai que papo careta!). Enfim, é isso.

Ah, posso ser sincero novamente? Não havia motivo algum para lhe contar das minhas vontades, ou algo assim. Mas é que eu senti a coceira na planta do pé, e desta vez não deu para esquecer e agradecer mentalmente como eu sempre faço a Drummond ou a Bukowiski, dessa vez eu tive que escrever: Obrigado Ana Araújo

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